A OMS recomenda que 70% das mulheres sejam rastreadas para o câncer do colo do útero com um teste de alta sensibilidade, ou seja, que perca menos diagnósticos quando uma lesão precursora (que vem antes do câncer) ou câncer inicial (assintomático) está presente. 
O teste de maior sensibilidade é o de detecção de HPV de alto risco. O problema é que a maior parte das mulheres portadoras de HPV de alto risco não tem doença relevante, e o resultado positivo provoca muitas reações negativas.

Além do medo de câncer, surgem questões relacionadas ao fato de o HPV ser uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), o que leva a mulher a se sentir muito mal pelo preconceito que temos contra pessoas que adquirem uma dessas doenças. Para ter HPV não precisa ser promíscua ou descuidada. È muito difícil se prevenir do HPV e é a IST mais frequente em todo o mundo!

Outras buscam um "culpado" que lhe transmitiu a infecção ... o fato de seu preventivo nunca ter mencionado a presença do HPV não significa que ele não estivesse presente, pois os preventivos tradicionais (colpocitologia, exame citopatológico ou de Papanicolaou) apenas apontam alterações celulares. Se o HPV estiver presente na forma latente, sem se multiplicar, as alterações celulares podem ser mínimas ou inexistentes. Assim, como a maioria das pessoas se contamina pelo HPV logo no início da relação, você ou seu parceiro(a) podem ter se contaminado muito antes de se conhecerem. 

Em relação à questão colocada, apesar do teste de HPV perder menos diagnósticos, a repetição do preventivo tradicional aumenta sua capacidade de detectar as lesões. A própria OMS reconhece que exame de Papanicolaou também é efetivo, desde que garantida sua qualidade, e recomenda sua substituição pelos testes de HPV onde ou quando for possível. 

Mas, no caso de mulheres que nunca fizeram o exame preventivo, tem dificuldade de fazê-lo, ou não desejam se submeter a ele, o teste pode ser a única oportunidade de diagnóstico. E, quando negativo, permite a repetição em 5 a 10 anos!

Atualmente estamos vivenciando uma transição do exame preventivo tradicional para o teste de HPV e ainda estamos aprendendo a lidar com seus resultados. Procure esclarecer essas questões com seu médico assistente.