A infecção pelo HPV é uma das doenças sexualmente transmissíveis mais comuns em todo o mundo. Na maioria das pessoas contaminadas não chega a produzir doença. Estima-se que apenas cerca de 5% de todas as pessoas desenvolverá alguma forma de manifestação. Estas, na maioria das vezes são as verrugas genitais ou condilomas acuminados, conhecidas desde a Antigüidade e semelhantes às encontradas comumente nos joelhos, cotovelos e dedos das crianças, ou alterações do preventivo (Papanicolau).

As alterações do preventivo geralmente não são visíveis a olho nu mesmo pelo médico e por isso chamadas de lesões subclínicas. Para reconhecê-las, é necessário o uso de reagentes químicos e visão amplificada, como é feito durante a colposcopia.

As formas da infecção que merecem atenção acometem menos de 1% das mulheres. São as consideradas precursoras do câncer do colo do uterino, pelo fato de terem a possibilidade de progredir até esta doença em alguns meses a anos, se deixadas sem tratamento. Também não são visíveis no exame ginecológico comum e costumam ser detectadas pelo exame preventivo. Nesta categoria incluem-se as Lesões Intraepiteliais de Alto Grau (ou de HSIL, de sua denominação em inglês, Neoplasia Intraepitelial Graus II ou III - NIC II/III, ou, ainda, carcinoma in situ).

Os vários nomes refletem a evolução do conhecimento médico, que obriga sua revisão. Os termos “carcinoma” e “neoplasia”, indicam malignidade, mas, seguidos dos termos “intraepitelial” ou “in situ”, indicam que ainda não há características do câncer.

Na maioria das vezes, quando não existe uma lesão precursora do câncer, a infecção pelo HPV tem caráter transitório, desaparecendo sem deixar vestígios em alguns meses a anos, devido à ação de seu sistema imunológico. A pessoa pode estar livre do vírus ou tê-lo controlado de forma que não temos como detectá-lo por meio das técnicas atualmente disponíveis. Sinais da infecção pode ressurgir tempos depois e, assim, não é possível saber se se trata de uma infecção recente ou muito antiga.