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A peniscopia é o exame do pênis, bolsa escrotal e região perianal do homem utilizando um colposcópio (vide “O que é a colposcopia?”) ou uma lente de aumento e após a aplicação de uma substância reagente (ácido acético 2 a 5%). Neste exame podem ser observadas lesões muito pequenas, chamadas de subclínicas por não serem perceptíveis a olho nu e não apresentarem sintomas. Muitas destas alterações microscópicas podem ser causadas pelo HPV, mas frequentemente deixa dúvidas e, para confirmação, são necessárias biópsias.

As lesões subclínicas relacionadas ao HPV, mesmo confirmadas, frequentemente não precisam de tratamento. A exceção seria para as neoplasias intraepiteliais do pênis, cuja probabilidade de progressão para o câncer não é bem conhecida, mas, por analogia ao colo uterino, têm sido tratadas de forma destrutiva ou retiradas. Felizmente são lesões muito infrequentes.

Quanto às demais lesões, as visíveis (verrugas ou condilomas) não necessitam da peniscopia para seu diagnóstico. O próprio paciente pode observa-las e um exame médico cuidadoso pode fazer o diagnóstico e iniciar o tratamento.

Um problema é que, em algumas situações, após fazer a peniscopia e não serem detectadas lesões pelo HPV, o homem pode acreditar que não é portador do vírus e achar que sua parceira ou parceiro foi infiel, o que pode ser um erro. O mesmo se aplica a resultados negativos de biópsias ou de testes para detecção do HPV: a biópsia pode ter sido realizada em uma lesão duvidosa ou que pode ser erroneamente interpretada pelo patologista como não relacionada ao HPV. Também, os testes de HPV são frequentemente realizados de material de uretra, onde as lesões pelo HPV são muito menos frequentes.

Ou seja, a inexistência de lesões, mesmo as microscópicas, ou biópsias e testes de detecção do HPV negativos no homem não garantem que ele nunca tenha tido lesão ou contato com o HPV e esta má interpretação pode trazer sérias complicações para a relação conjugal.

Existe alguma controvérsia quanto à necessidade de exame do parceiro masculino para buscar benefícios para a mulher infectada ou com lesões pelo HPV. A abordagem do parceiro masculino pode ser vantajosa para ele próprio, na medida em que descarta lesões que podem passar despercebidas, mas peniscopia não é imprescindível, já que as lesões relevantes são visíveis a olho nu. Também pode ser interessante se, nesta abordagem, forem passadas informações sobre o HPV, desmistificando a doença e situações decorrentes desse diagnóstico, e sobre a prevenção de outras doenças sexualmente transmissíveis.

O exame também pode ser indicado para avaliação de outras doenças da pele genital como o líquen e outrs menos comuns.

(revisado em 09/12/2021)