Os tratamentos recomendados para as lesões precursoras do câncer do colo do útero são altamente eficazes, mas não garantem cura em todos os casos: podem permanecer lesões residuais ou novas lesões podem aparecer. Estima-se que, utilizando-se tecnica adequada, o percentual de lesões residuais seja muito baixo (menor do que 5%). Já o aparecimento de novas lesões parece independer da técnica utilizada e pode ocorrer a qualquer época da vida da mulher.
As recomendações do Ministério da Saúde e do Instituto Nacional de Câncer são de seguimento com o preventivo semestral por um ano e anual a seguir, até completar cinco anos de tratamento. A colposcopia é opcional. A partir daí, a mulher pode voltar ao rastreamento recomendado para as demais mulheres, ou seja, a cada três anos, mas não deve interromper a coleta aos 65 anos.
Já quando o exame da parte retirada do colo do útero mostrar margens comprometidas ou não for possível afirmar que as margens estão livres de doença, a probabilidade de ter sobrado lesão é maior e o seguimento deverá ser mais cuidadoso. A simples informação de que as margens estão comprometidas não quer dizer que sobrou lesão: na maioria das mulheres isso não ocorre e um novo tratamento imediato é, geralmente, desnecessário. Nessa situação a mulher deve realizar o preventivo e a colposcopia semestralmente por dois anos e, em seguida, manter o preventivo anual até completar cinco anos do tratamento. A partir daí, deve ser seguida como as demais mulheres.
A qualquer momento que seja detectada uma lesão residual ou uma nova lesão, a mulher deverá ser submetida a um novo tratamento, que poderá ser o mesmo realizado anteriormente ou um novo, na dependência de possibilidade técnica.
Outra possibilidade é o uso de testes para detecção do HPV. Na ausência de tipos oncogênicos do HPV é muito improvável a presença de uma lesão residual. Caso um deses tipos virais seja detectado, não significa que ainda há doença, já que o tratamento não elimina o vírus, mas esse teste só deve ser realizado 6 a 12 meses após o tratamento, quando o vírus costuma tornar-se indetectável.