Não.

As vacinas atualmente disponíveis no Brasil contém partículas semelhantes aos HPV oncogênicos 16 e 18. A quadrivalente, além desses dois tipos, protege tam,bém contra o 6 e o 11, não relacionados ao câncer do colo.

Os tipos 16 e 18 são os tipos de HPV mais frequentemente encontrados em câncer do colo uterino no mundo, sendo responsáveis por cerca de 70% destes tumores. No Brasil, este percentual pode ser um pouco menor. Todavia, outros tipos menos frequentes do que estes guardam alguma semelhança entre si e, em decorrência, a vacinação contra os tipos 16 e 18 têm conferido algum grau de proteção contra outros tipos, o que é chamado de proteção cruzada. Este fenômeno projeta a eficácia destas vacinas para níveis superiores a 80%.

Encontra-se disponível no exterior e, esperamos, em breve, também no Brasil, uma vacina nonavalente (da MSD), com nove tipos de HPV: os quatro existentes da quadrivalente e mais cinco relacionados a câncer, mas menos frequentes. Estima-se que essa vacina confira proteção a mais de 90% dos casos de câncer do colo do útero.

Apesar da alta eficácia, caso tenha sido vacinada após o inicio sua vida sexual, não temos como excluir uma infecção por um destes tipos de HPV ou mesmo uma lesão que já estivesse em desenvolvimento. Assim, é possível que algumas lesões causadas por estes tipos de HPV ainda surjam em mulheres vacinadas.

Outra possibilidade é que mulheres vacinadas venham a apresentar lesões pelos tipos de HPV menos frequentes, ainda inexistente nas vacinas atualmente disponíveis ou que ainda estão sendo aguardadas no Brasil.

Assim, apesar da redução de incidência da infecção pelo HPV e de lesões precursoras do câncer do colo do útero, mesmo mulheres vacinadas devem ser submetidas ao rastreio do câncer do colo como recomendado: a cada três anos depois de dois exames negativos com intervalo de um ano, entre os 25 e 64 anos ou, mais recentemente, utilizando testes de HPV.

(atualizado em 07/01/2022)